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Moro no limbo de sua vaidade

Por Samuel Boss

A última fala do filme, Advogado do Diabo, o intérprete de Lucifer,  Al Pacino diz: VAIDADE, definitivamente meu pecado favorito.


A vaidade transformou o então Juiz Sérgio Moro num herói nacional para a classe média brasileira. Um homem que sozinho atropelava prazos, entregava vazamentos para a imprensa, ministrava palestras, concedia entrevistas e gozava de seu prestígio como um pop star holiudiano.


A vaidade levou Sérgio Moro a acreditar que poderia voar. 


Um sábio amigo, certa vez me disse: o fim do homem não é dizer que pode voar, é quando ele se joga do precipício acreditando que pode voar.


Sérgio Moro envaidecido por ter seu rosto  estampado em camisetas de artistas globais, empresários famosos e principalmente nas bandeiras dos protestos contra corrupção,  deu um passo maior que a perna.


Moro precisava aparecer mais do que todos os personagens da Força Tarefa. Por isso tomou a frente e liderou a condução estratégica das acusações.  Moro queria que suas condenações não tivessem o contraditório, e para isso, ele mesmo produzia as provas para dar base em seu julgamento.


O ego de Moro era tão inflado, que sua percepção pessoal era de que somente alguém como ele próprio pudesse fazer um trabalho magnífico de acusação. Ah! A vaidade.


A vaidade levou Moro a aceitar o convite de Bolsonaro. O juiz de primeira instância sentando na poltrona do Palácio. Era tudo que ele almejava.
Após os vazamentos do Intercept, Moro se viu em declínio. Os elogios de antes agora contrastava com as críticas de pessoas comuns , pessoas do meio jurídico,  dos políticos e da própria imprensa que outrora fora aliado.


Moro que vazava os vídeos de audiências, nas quais se mostrava um homem imponente questionando réus,  testemunhas e proferindo sentenças que passavam no Jornal Nacional; agora se vê sentado por mais de 7 horas numa Comissão da Câmara sendo chamado de “ladrão “, “corrupto” e “farsante”.
Ele já não tinha mais a caneta de juiz para mandar os acusadores calarem a boca. Teve que ouvir tudo de cabeça baixa, como é do seu perfil. 


O herói nacional sendo agredido como um Judas. 
A vergonha de Moro é não poder abrir mão desse emprego, afinal, ele foi exonerado de seu cargo. Ou aguenta os xingamentos ou vai para rua amargar o esquecimento e os ataques.


Independente do resultado, Moro já perdeu!
Perdeu prestígio; a vaga no STF; perdeu o emprego de juiz; perdeu a credibilidade; perdeu parte da moral e perdeu a toga.


Vaidade, definitivamente o pecado que mais leva os homens ao inferno na terra

Samuel Boss
Samuel Boss
Iniciou sua carreira na criação do Blog do Vereador que se transformou no jornal de sátira política, Quarta Ordinária. Escreveu para os jornais Estação Notícia, Repórter Diário e Opinião Pública. Foi editor do Jornal A Voz de Ribeirão Pires e criador da TV São Caetano. Teve programas na TV+, EcoTV, TVABCD, Repórter Diário e Rádio ABC.

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