Ministério Público continua com o discurso hipócrita “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”

Por Samuel Boss

O Ministério Público de São Paulo continua com o discurso hipócrita do “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Não é de hoje que procuradores e promotores vivem de fazer apontamento para as Câmaras Municipais e paras as prefeituras exigindo a diminuição de cargos comissionados e ensino superior aos assessores.

O grande problema desses apontamentos é que os quase 300 procuradores que recebem um salário de R$ 30.471,11 e os mais de mil promotores  que recebem R$ 28.947,55, não conhecem a realidade das cidades apontadas, simplesmente apontam redução sem nem mesmo fazer uma visita in loco. Simplesmente mandam um ofício judicial exigindo a redução, como se fossem os paladinos da justiça brasileira.

O Ministério Público paulista conta com quase cinco mil servidores, 4.688 para ser mais preciso, com salários astronômicos e cheio de regalias com o nosso dinheiro. Mas para os promotores e procuradores, a farra com o dinheiro público tá no cisco do olho do próximo e não na trave do próprio olho.

É vergonhoso saber que o Estado de São Paulo que conta com  645 municípios, ou seja 645 prefeitos que ganham em média R$ 25 mil, precisa arcar com 295 procuradores ganhando R$ 30 mil por mês, muito mais que o Presidente da República, e mais de 1200 promotores ganhando em média R$ 27 mil. Essa festa de salários e benefícios é daqueles que apontam o dedo para a casa alheia dizendo há desperdício do dinheiro do povo.

Se o povo não precisa de Câmara Municipais cheias de assessores, também não precisam de 1200 promotores, tampouco 300 procuradores.

Recentemente o MP notificou a Câmara de Mauá exigindo mais cortes nas assessorias dos parlamentares, porém, apenas o papel apareceu no parlamento, nenhum membro do MP fez visita ao estabelecimento, nenhum promotor passou o dia dentro de um gabinete para saber como funciona um gabinete parlamentar, tampouco se deu o trabalho de ir pisar no barro e ouvir a reclamação dos munícipes. Administrar a vida de um município de dentro de uma sala acarpetada e com ar condicionado é fácil, difícil é fazer como os assessores fazem, ir nas periferias tentar resolver problema de munícipe.

O MP precisa cortar na própria carne pra depois fazer apontamento de cargos em esferas alheias, a hipocrisia demagoga é algo que o brasileiro de bem está cansado. Mas mesmo esgotados, precisamos trabalhar muito para pagar os salários dos “senhores” promotores e procuradores.

Pimenta nos olhos dos outros é refresco.

Abaixo a relação de cargos e salários do MP.

Fonte: Centro de Recursos Humanos

Data da última atualização: 04/07/2016