Em 2016, o então empresário, João Doria (PSDB), se apresentava como candidato a prefeito de São Paulo, apadrinhado pelo ex-governador do estado, Geraldo Alckmin. Doria emplacou um discurso de ‘gestor’ e afastou o termo ‘político’ em sua campanha.
Com uma propaganda de TV muito bem feita, Doria falava em “acelerar” a capital, e massificou o ’45’ em todas as suas peças publicitárias.
O sucesso da campanha de João Doria alavancou os prefeitos do ABC que estavam no PSDB: Orlando Morando, Paulo Serra, José Auricchio e Clovis Volpi. Apenas Volpi não saiu vitorioso em Mauá, mas ficou a 3 mil votos de ir para o segundo turno.
A Onda Azul renovou a política da região, no entanto, o mesmo protagonista dessa ascenção, está sendo a “âncora” que poderá frear as campanhas de reeleição dos tucanos do ABC.
Doria está em seu pior momento político. O governador vem sendo criticado por bolsonaristas, pela esquerda e até mesmo por seus correligionários.
As ações sem nenhum planejamento durante a pandemia, tem retirado capital político do governador, e consequentemente atingindo também a imagem dos tucanos com mandatos.
É nítido nas últimas semanas o movimento dos prefeitos tucanos do ABC de se descolar sua imagem de João Doria.
Morando (o prefeito mais próximo de Doria), anunciou que não seguiria as recomendações do estado na parte econômica.
Paulo Serra foi quem puxou o bonde, ao anunciar que iria até o STF para descumprir as exigências de João Doria.
Esse rompimento fica evidente na ação em conjunto, através do Consórcio, de que concessionárias e escritórios abririam já neste sábado.
João Doria será o grande obstáculo dos prefeitos tucanos do ABC que buscam a reeleição. O combustível acabou, e Doria não mais acelera.