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O Butantan está recrutando pessoas que já tiveram Covid-19 para doar plasma convalescente

O Butantan está recrutando pessoas que já tiveram Covid-19 para doar plasma convalescente, a parte líquida do sangue rica em anticorpos neutralizantes contra o SARS-CoV-2, para ajudar no tratamento de pacientes com a doença. Para isso, uma das técnicas utilizadas é a plasmaférese, que coleta o sangue, extrai o plasma convalescente em uma máquina e depois devolve ao doador as hemácias e elementos figurados, como plaquetas.

“A vantagem é que conseguimos coletar um volume maior de plasma e devolver todas as hemácias, diferente de uma doação de sangue normal, em que tudo é retirado. Isso impede a pessoa de doar plasma novamente em pouco tempo por conta da perda de glóbulos vermelhos”, explica Maria Angélica de Camargo, médica da Colsan, um dos hemocentros parceiros do Butantan no estabelecimento da rede para a coleta de plasma convalescente.

O processo demora cerca de uma hora, desde a triagem (que é a mesma de uma doação de sangue normal), a aferição de temperatura e pressão, a avaliação do acesso venoso e a coleta em si, que leva em torno de 40 minutos. Na plasmaférese usa-se somente um braço, tanto para tirar o sangue, que é centrifugado na máquina para retirar o plasma, quando para devolver ao doador os componentes que não serão usados.

Além da plasmaférese, também existe a doação de plasma por meio da doação de sangue normal. Neste caso, as hemácias e elementos figurados são descartados. 

O plasma convalescente pode ajudar a combater a Covid-19 enquanto os organismos dos pacientes desenvolvem seus próprios anticorpos. Ele contribui para acelerar o processo natural do corpo, conforme as diretrizes estabelecidas pela Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia. “O plasma atua como coadjuvante no tratamento, já que não temos tratamento. O que temos de recurso é distanciamento, máscara e vacina”, lembra Maria Angélica. 

Dois estudos piloto com o uso do plasma convalescente estão sendo realizados pelo Butantan em parceria com a prefeitura de Santos e de Araraquara. Em Araraquara, já estão prontas a estrutura e o fluxograma para o início do projeto, que acontece em parceria com a Unimed e a Unesp local. 

Quem pode doar plasma convalescente

As regras para doar plasma são as mesmas seguidas para doar sangue: estar em boas condições de saúde, ter entre 16 e 69 anos, pesar no mínimo 50 kg, evitar alimentação gordurosa antes da doação e apresentar documento original com foto. Se além de ter tido a doença o doador já tiver sido vacinado, melhor ainda: os anticorpos são reforçados pela imunização.

Apenas homens podem se voluntariar para doar o plasma convalescente porque durante a gestação a mulher libera anticorpos na corrente sanguínea que podem causar uma reação grave chamada TRALI (transfusion-related acute lung injury) em que recebe a transfusão.

O plasma convalescente é indicado para quem apresenta sintomas há, no máximo, 72 horas, e tem diagnóstico confirmado por exames. Os públicos-alvos do tratamento são os imunossuprimidos, idosos e pacientes com comorbidades. 

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