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Associação Atlética Frente Negra (Ribeirão Pires)

HISTÓRIA DO FUTEBOL DE MAUÁ E RIBEIRÃO PIRES

Por Daniel Alcarria.

Associação Atlética Frente Negra (Ribeirão Pires)

A Associação Atlética Frente Negra, time fundado em 15 de setembro de 1973, inicialmente teve a denominação de Pilar Velho Futebol Clube. Com a extinção do Pilar Velho, o time passou a ser chamado de Santa Clara, que dava o nome a uma pedreira existente no bairro da Santa Luzia. A maioria de seus jogadores e fundadores eram trabalhadores da Pedreira Santa Clara.

A pedreira Santa Clara possuía uma grande área no bairro de Santa Luzia, onde também havia um campo onde jogavam os trabalhadores da pedreira e também as crianças e adolescentes do bairro. A pedreira resolveu desativar o time em 1972 e no ano seguinte, jogadores do Santa Clara e moradores da região fundaram o Frente Negra.

Segundo relato do fundador e atual presidente Arlindo Franco Siqueira, “o time foi fundado na beira do campo da pedreira e o nome Frente Negra foi em razão de um comentário feito por um antigo colaborador do time que teria observado a grande quantidade de negros na equipe”. Aníbal Vido teria proferido a frase: esse time é uma “frente de negros”, e Arlindo então teve a brilhante ideia de homenagear seu time com o nome de Frente Negra.

O primeiro presidente da equipe foi o Sr. Manoel Ferreira, que era trabalhador na Pedreira Santa Luzia, tendo como vice Benedito Pereira. Eles ficaram à frente da equipe da fundação (1973) até 1977. Depois vieram Joarez Vicente de Paula (1977 a 1979), Hélio Arthur Bianchini (1979 a 1983), Arlindo Franco de Siqueira (1983 a 1987), Antoniel Cardoso dos Santos (1987 a 1989), Antonio Casa Nova (1989 a 1993) e Cleidi Gomes da Silva (1993 a 1997). Arlindo retornaria à presidência em 1997 ficando até hoje em estado de total dedicação pelas coisas do Frente Negra.

O primeiro jogo da história do Frente Negra foi um amistoso em Mauá contra o Itapeva, no campo do bairro Itapeva. Na realidade foram dois jogos envolvendo os times aspirante e principal. Arlindo só se recorda do placar do time de aspirante, o qual ele jogava. O placar foi 0x0. Quanto às cores adotadas pelo time, uma curiosidade: em razão de ter que mudar de camisa em cada lugar que ia jogar, a diretoria resolver adotar cinco uniformes com cada um tendo uma cor, adotando dessa maneira um fardamento azul, outro vermelho, outro branco, outro preto e por fim, o amarelo.

Dos grandes jogadores, os nomes lembrados pelos entrevistados Arlindo, Valdir da Silva e Antonio Marcos da Silva, o Dida, foram muitos, mas especialmente os zagueiros Marcelo, Valdir, os meias Bahia, Laluche, Fabinho, Nicolau, Leléu, Vinicius e os goleiros Tidão, Canadá e Dida. No ataque, os artilheiros Roque, que atuou na equipe desde a fundação até os anos 1990 e Roberval, que jogou nos anos 2000 são os destaques. Roberval foi o artilheiro da 2º Divisão de Ribeirão Pires em 2002 e 2003 e Roque, o antigo artilheiro, marcou 56 gols na temporada de 1977.

Atualmente a equipe disputa a 1º divisão de Ribeirão Pires desde 2014, tendo os seguintes títulos em sua história: campeão da 1º Copa União em 1989, vice-campeão da 1º Divisão em 1983, 1987 e 1988 e vice-campeão da 2º Divisão 1992; campeão da Taça Ribeirão Pires (1983) de aspirantes e campeão municipal de aspirantes de 1985; tricampeão da Copa Frente Negra (2007, 2088 e 2010) e bicampeão de veteranos (2013 e 2014).

UM TIME FAMÍLIA

O relato de Valdir da Silva, veterano colaborador e ex-jogador do time, parceiro fiel do palmeirense Arlindo, vai de encontro com as afirmações do representante da “jovem guarda” do Frente Negra Antonio Marcos da Silva (Dida), de que o time é uma extensão de suas famílias.  “Nossa torcida não é numerosa, mas é composta pela nossa família, pelas mulheres, crianças e idosos do bairro que nos acompanham”, afirma Dida. Ele foi goleiro do time e está na equipe desde os 14 anos de idade, sendo agora um “continuador” do trabalho de Arlindo e do Valdir. Já Valdir vai além afirmando que o Frente Negra é sua segunda família e que não sai do time por nada, “nem por uma proposta de um milhão”, afirma o fanático colaborador do Arlindo, o ex-zagueiro Valdir.

AS CAMISAS VERMELHAS QUE ENFURECERAM AS VACAS

Uma passagem inusitada e muito engraçada ocorreu com o Frente Negra num amistoso em Mauá realizado no campo do IV Centenário. Na ocasião, o Frente Negra jogava com um uniforme vermelho e para a surpresa de todos, repentinamente apareceram cerca de seis ou sete vacas a correr atrás dos jogadores, furiosas com a cor vermelha de seu fardamento. Às gargalhadas, seu Arlindo Franco lembra que era um tal de jogador correr para fugir da fúria dos animais e que o jogo ficou parado um tempo para afugentar os bichos e depois recomeçar. O jogo das vacas ocorreu em 1992.

FRENTE NEGRA: PASSADO E FUTURO PRESENTES

O compromisso de Arlindo Franco Siqueira com o Frente Negra é tão profundo que certamente é como uma garantia de futuro para a equipe. Tamanha dedicação é reconhecida até pelos adversários do time, sendo um estímulo para os mais jovens como o Dida, para manter a agremiação em atividade, mesmo com as dificuldades.

“Sempre foi muito difícil fazer futebol amador em Ribeirão Pires e cada dia vai ficando pior, uma vez que os campos estão acabando e com o fim dos campos, os times também tem dificuldade de sobreviver por não ter campo pra jogar”, revela Arlindo.

Arlindo fala que o Frente Negra é um lado e o outro lado é ele, que um complementa o outro. “Não viveria sem o Frente Negra, porque eu mais do que gosto disso, isso é simplesmente parte integrante da minha vida”. “Minha vida e o Frente Negra é uma coisa só, quero morrer na beira do campo”, conclui Siqueira.

Atualmente o Frente Negra manda suas partidas no campo da PETROIL e sua sede está localizada na rua Gibraltar nº 265, Jardim Petrópolis. Arlindo tem como colaboradores os senhores Gérson, Dida, Antonio, Valdir, Cláudio, Antonio Tragédia e Claudione, que juntos mantém vivas as tradições de uma agremiação formada por operários e trabalhadores da Santa Luzia que mesmo com as dificuldades continua escrevendo lindas e heroicas páginas de amor ao futebol amador e ao clube que escolheram para doar suas energias e exemplar dedicação.

Publicado no jornal “A Voz de Ribeirão Pires” e no “Almanaque do Futebol de Ribeirão Pires”, em 2015.

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