A pedido do Palácio do Planalto, a Justiça de Brasília censurou reportagem da Folha sobre uma tentativa de extorsão sofrida pela primeira-dama Marcela Temer no ano passado.
Uma liminar concedida pelo juiz Hilmar Castelo Branco Raposo Filho, da 21ª Vara Cível de Brasília, impede que a Folha publique informações sobre uma tentativa de um hacker de chantageá-la, no ano passado.
Este fato pode ser considerado a linha mestra da nomeação de Alexandre de Moraes ao STF. O ex-secretário de Segurança de São Paulo, foi o responsável pela operação que prendeu o hacker Silvonei de Jesus Souza e o condenou a 5 anos e 10 meses de prisão por estelionato e extorsão e cumpre pena em Tremembé (SP).
Desde então, o caso envolvendo o presidente, Michel Temer (PMDB) e sua esposa, Marcela Temer, foi tratado com total arbitrariedade pela justiça. A liminar que impede a Folha de publicar informações sobre o caso, acende ainda mais as suspeitas sobre o ambiente de nomeação de Alexandre de Moraes ao Ministério da Justiça e agora ao Supremo Tribunal Federal.
O kacker que chantageou Marcela Temer afirmava possuir fotos íntimas da primeira dama, além de informações comprometedoras do presidente. Todo este arsenal capturado pela inteligência da Segurança de São Paulo, poderia ser o motivo maior da predileção de Temer ao nome de Moraes?
Seria Alexandre de Moraes o magistrado mais bem preparado para a Suprema Corte brasileira, ou seria apenas uma retribuição ao serviço prestado?
A censura da justiça contra um veículo de imprensa coloca em xeque a democracia do país e suas liberdades, além de aumentar as suspeitas sobre o bastidor do Palácio do Planalto.
Se os subordinados emitem liminares para censurar a imprensa, o que acontecerá quando o cabeça sentar na cadeira principal do judiciário brasileiro?
