O site Congresso em Foco trouxe uma matéria nesta segunda-feira (20/01) sobre um discurso de 1998, na qual o presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), defendeu no Congresso alguns estudantes que admiravam Hitler. Veja aqui.
No entanto, o que chama a atenção no discurso é o ataque ao jornalista e ex-global, Alexandre Garcia. Bolsonaro diz que a ‘vida útil’ de Garcia era uma ‘inutilidade’ para ele.
‘O Alexandre Garcia, por sua vez, não está nem um pouco preocupado com a sua previdência. Quem ganha a fortuna que ele ganha do contribuinte durante a sua vida útil – que, para mim, é uma inutilidade- não tem de se preocupar com o seu futuro. Ele tem bens mais do que suficientes para levar uma boa vida.‘, criticou Bolsonaro em seu discurso em 21 de janeiro de 1998.
O jornalista Alexandre Garcia hoje tem sido um dos principais apoiadores do governo, e goza de prestígio junto ao presidente que sempre compartilha o conteúdo do ex-global.
Veja o discurso completo:
“Sr. Presidente
A verdade é essa: o povo sofre, e sofre muito, com essa mídia que prática a desinformação. Não informa das verdades que acontecem nesta Casa. Nós só levamos paulada o tempo todo, mas quem vem aqui corromper alguns parlamentares é o Executivo. Isso, através da televisão, nós mostraremos aos poucos para todo o Brasil.
Já que se fala em privatização, acredito que é preciso privatizar, em primeiro lugar, a grande imprensa, porque 500 milhões de reais saem do contribuinte para comprar a consciência do povo brasileiro por meio da desinformação que parte da grande mídia. É uma grande covardia para com o nosso povo.
O Alexandre Garcia, por sua vez, não está nem um pouco preocupado com a sua previdência. Quem ganha a fortuna que ele ganha do contribuinte durante a sua vida útil – que, para mim, é uma inutilidade- não tem de se preocupar com o seu futuro. Ele tem bens mais do que suficientes para levar uma boa vida.
Em tempo, quero deixar patente minha revolta com a grande mídia, um tanto quanto servil, que criticou duramente o Colégio Militar de Porto Alegre apenas porque 9 entre 84 , alunos resolveram, eleger entre Conde Drácula, Hércules, Nostradamus, Rainha Catarina, Átila – só faltou FHC -, Hitler como personalidade histórica mais admirada. Se eles tivessem eleito FHC, logicamente estariam elegendo o pai do Governo mais corrupto da História do Brasil, porque ele não admite que nenhuma denúncia de corrupção seja apurada por esta Casa. Ele não é exemplo para a juventude.
Um colégio sério, com o Colégio Militar de Porto Alegre, para que tenha qualidade, tem de ter liberdade de expressão. Reitere-se que os alunos – a maioria é formada por menores – pagam por esta revista, portanto têm liberdade de escrever o que bem entenderem. Devemos respeitar esta juventude que começa, a partir destes debates e desta matéria na imprensa, a se preparar para ser, no futuro.
Ao mesmo tempo, gostaria de criticar o Centro de Comunicação Social do Exército, que anunciou que vai acompanhar a revista.
Esses garotos, entre tantos outros, são filhos de militares e estão realmente carentes de ordem e de disciplina neste país. Enquanto o nosso presidente da República não dá exemplo disso, eles têm que eleger aqueles que souberam, de uma forma ou de outra, impor ordem e disciplina, se bem que, como o jovem aluno do Colégio Militar que não foi para a Escola preparatória de Cadetes do Exército, de nome Roberto dias torres júnior, nós também não concordemos com as atrocidades cometidas por Adolf Hitler.
Sr. Presidente, esta é a minha manifestação.”