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El País decide reforçar a Vaza Jato e diz que pretende “revelar as linhas que separam o que é ilegal, imoral e legítimo

Após a revista Veja e o jornal Folha de São Paulo aceitarem a parceria com o site The Intercept para publicarem as mensagens vazadas entre os integrantes da operação Lava Jato, chegou a vez do jornal espanhol, El País entrar nos bastidores da operação que abalou o Brasil.

De acordo com o editorial, o jornal defende que as publicações pretendem “revelar as linhas que separam o que é ilegal, imoral e legítimo”.

Editorial

A partir desta terça, o EL PAÍS publica uma série de reportagens sobre a Operação Lava Jato. Tudo tem como base as mensagens privadas trocadas entre os procuradores e também com o então juiz Sergio Moro que chegaram ao The Intercept. A publicação do material em parceria com o site é de evidente interesse público. À luz dos diálogos, o agora ministro da Justiça e o procurador Deltan Dallagnol se tornam protagonistas de uma trama que revela as zonas cinzentas do funcionamento do Judiciário, onde as linhas que separam o que é ilegal, imoral e legítimo sob os olhos da Justiça e da opinião pública se confundem. Discutir esses limites e o papel das instituições de controle, como os conselhos da magistratura e do Ministério Público, é crucial para a sociedade.

É certo que a maior parte do país está orgulhosa dos passos dados pela Lava Jato, mas também é certo que estamos mergulhados em uma feroz polarização política que só será superada se o combate à corrupção for escorado em uma Justiça equânime e respeitosa do devido processo legal, que assim seja reconhecida. Dois erros não fazem um acerto e só abraçando essa máxima o Brasil pode se livrar de um danoso vale-tudo institucional.

Quanto à discussão sobre a origem das mensagens — analisadas pelo The Intercept, pela Folha, pela Veja e agora pelo EL PAÍS—, o jornal reitera que não paga para conseguir informações sigilosas nem estimula atos criminosos para tal. Não se furta, porém, de apresentar a seus leitores um cabedal de notório interesse jornalístico, independentemente da forma que tenha chegado à imprensa protegido pelo sigilo de fonte.

Como o EL PAÍS disse a seus leitores globais quando decidiu publicar os vazamentosdiplomáticos do Wikileaks, em 2010, os jornais têm muitas obrigações em uma sociedade democrática: responsabilidade, confiabilidade, equilíbrio e compromisso ante os cidadãos. Não estava e não está entre elas proteger os agentes públicos e os poderosos em geral de revelações embaraçosas.

Samuel Boss
Samuel Boss
Iniciou sua carreira na criação do Blog do Vereador que se transformou no jornal de sátira política, Quarta Ordinária. Escreveu para os jornais Estação Notícia, Repórter Diário e Opinião Pública. Foi editor do Jornal A Voz de Ribeirão Pires e criador da TV São Caetano. Teve programas na TV+, EcoTV, TVABCD, Repórter Diário e Rádio ABC.

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