O advogado e pastor evangélico da Igreja Portal da Vida, Eduardo Bedin, tem 42 anos é conhecido por suas pregações motivacionais voltada ao público jovem. Casado, pai de dois filhos e com mais de uma década na área do direito, o pastor Eduardo Bedin ganhou protagonismo na política andreense nos últimos anos.
Com atuação na área social, o pastor acredita que é o momento de renovação na política da cidade. Leia a entrevista na íntegra.
BP- O que o motivou a entrar para a política?
EB- Primeiro, é que me sinto preparado para representar bem a população da cidade. Conheço Santo André como a palma da minha mão. Além da minha formação jurídica, trabalhei durante 9 anos na Câmara Municipal de Santo André. Participei da discussão e elaboração de vários projetos de leis e ações que visavam melhorar a vida da nossa população. Por conhecer os bastidores, sei que dá pra fazer mais e de uma forma melhor. Acredito que a eficiência e o profissionalismo comum no setor privado podem alcançar e nortear os trabalhos na câmara municipal.
O segundo motivo é o entendimento de que chegou a hora da renovação. 80% dos membros das igrejas evangélicas são jovens, com menos de 40 anos de idade. Quem representa esses jovens na política? Os jovens evangélicos não estão nos lugares onde são tomadas as decisões que afetam diretamente a vida deles. Isso é preocupante! As opções de renovação são poucas, a maioria dos candidatos evangélicos são os mesmos que disputam eleições há 8, 16, 20 e até 30 anos. Tá na hora de sangue novo.
BP- Qual a sua visão sobre política e religião?
EB -Muitos acham que a política é um ambiente areliogoso em que os religiosos querem se meter. Mas não é assim.
Todos nós somos religiosos de alguma forma. A religião é intrínseca ao indivíduo. Religião não é ir a uma missa, ao culto ou sessão espírita, religião é um conjunto de crenças e valores que movem o indivíduo. Não dá pra separar! Portanto, é inevitável que a política e a religião se misturem.
Estado Laico é uma conquista religiosa. Direitos humanos é uma conquista religiosa. Dignidade da pessoa humana é uma conquista religiosa. Separação de igreja e estado é uma conquista religiosa. Escolas públicas é uma conquista religiosa. Fim do tráfico de escravos na Europa e na América é uma conquista religiosa, dentre tantos outros exemplos.
A dupla religião e política construiu o mundo de hoje. Querer tirar a religião da política é como serrar o galho que estamos sentados.
BP- O que esperar de um político cristão?
EB- Não vou falar de honestidade, dignidade e probidade porque isso é o mínimo que se espera de qualquer agente público O referencial do cristão é Jesus. O exemplo é Jesus. O modelo é Jesus.
Em sua trajetória terrena, Jesus demonstrou o seu amor servindo. Jesus tinha poder, mas quis servir.
Ele serviu curando, alimentando, ressuscitando mortos e liberando ensinamentos capazes de transformar a história de qualquer pessoa.
Para o sistema, quanto mais poder e autoridade, mais privilégios, conforto e mordomias. Na politica, não é diferente.
Quantos políticos você conhece que seguem o padrão de Jesus? Quantos, com voz e influência, tem servido a sociedade de fato? Quantos abriram mão de privilégios em prol da população?
Servir e amar: esses são os verbos conjugados por Jesus e que precisam ser conjugados por nós todos os dias.
Quanto maior o cargo, maior deve ser a bacia para lavar os pés daqueles que precisam. Esse é o padrão de Jesus! Esse é o padrão do político cristão
